sábado, 24 de junho de 2017

O Fazer Psicopedagógico


“Para o Psicopedagogo, aprender é um processo que implica pôr em ações diferentes sistemas que intervêm em todo o sujeito: a rede de relações e códigos culturais e de linguagem que, desde antes do nascimento, têm lugar em cada ser humano à medida que ele se incorpora a sociedade.”(BOSSA,1994,pág 51)

Um profissional em psicopedagogia deve dominar as bases epistemológicas do saber psicopedagógico, com as suas noções básicas e os eixos conceptuais. Da mesma forma, deve conhecer as ciências auxiliares que contextualizam o seu desempenho profissional e todas as aplicações que estas abrangem relacionadas ao pensamento e ao desenvolvimento na sua condição de ser humano.

A psicopedagogia em seu cerne,  estuda os processos e as dificuldades de aprendizagem, tanto de crianças e adolescentes como dos adultos, fazendo uso das áreas da pedagogia, psicanálise, psicologia, antropologia e contextos culturais. Sua atuação vai muito além dos problemas, dificuldades e transtornos de aprendizagem. Ela é o instrumento que vai subsidiar o fazer, o aprender e promover as possibilidades metodológicas, práticas e didáticas de educadores. O fazer psicopedagógico está além de um consultório clínico, ou ainda de um olhar investigativo em sala de aula; ele se faz presente o tempo todo, desde uma anamnese simples ao mais elevado propósito de intervenção. 

O psicopedagogo é o elemento que permeará a liga entre o aprender e o como aprender, servindo ao propósito de alavancar no educador novas e melhores possibilidades de atuação prática e instigante por meio de estudos específicos, treinos didáticos, oficinas do pensar e da ação docente. Para que o "fazer psicopedagógico" tenha vida e seja um processo dinâmico, caberá ao profissional da psicopedagogia ter vivenciado práticas em sala de aula, em gestão e em intervenções individuais e em grupos. Dessa maneira, o mesmo terá condições de compreender a prática pedagógica, suas defasagens, seus acertos e entremeios, visando não somente auxiliar o professor, mas também orientar de maneira eficaz os familiares e a instituição, bem como, elencar a melhor forma de ofertar ferramentas aos alunos que os façam avançar em suas dificuldades para que estas sejam transpostas também em sua vida diária. 

O fazer psicopedagógico trabalha ainda com potencialidades par ao desenvolvimento e amadurecimento de habilidades junto ao indivíduo, seja ele criança, jovem ou adulto. Na dúvida, uma boa orientação psicopedagógica acerca de processos e estilos de aprendizagem, poderá e muito melhorar a qualidade do processo de aprendizagem, as relações que constituem o ambiente de aprendizagem no contexto escolar e familiar; dos processos de avaliação e consequentemente promover o "fazer psicopedagógico" como um dos caminhos para que todos possam melhorar e avançar em suas competências, habilidades e em seus vínculos. 
Alexandre Muniz – Neuropsicólogo e Psicopedagogo Clínico
Clínica Iluminnare- Psicologia e bem-estar.







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