Dicas
para pais e professores...
Pensei
em escrever sobre a importância do brincar na primeira infância, mas daí pensei
um pouco, refleti e lembrei dos meus tempos de criança. Por que só na
primeira infância? Ao que me lembro, brinquei de tudo: cobra-cega, pega-pega,
esconde-esconde, garrafão, casinha, comidinha, estrela nova cela (estrear a
nova cela), fingia que era detetive, monstro, feiticeiro, soltar pipa, professor,
brincava de escritório, de fazer cabaninha com cobertor, de fazer sombras na
chama da vela quando faltava energia elétrica e tinha ainda uma caixa de bugigangas
super diversificadas. O importante era brincar. Eu brincava sozinho, com amigos
imaginários, com os de verdade na Rua João Barroso, lá no bairro de Pedreira, Zona Sul de SP. Com isso, desenvolvi uma boa comunicação, uma boa imaginação,
melhorei minha interação e pude ser capaz de elaborar muitas hipóteses sobre diversos assuntos. É preciso lembrar o quanto brincamos, do que brincamos e como
fomos felizes durante as brincadeiras.
Só
pode propor um espaço lúdico de qualidade, quem se engaja ou já se engajou em
brincadeiras com materiais estruturados (os fabricados), não estruturados
(caixas, potes, tampas de panela, vassoura, chaves, latas vazias, etc.) e com
jogos coletivos (cirandinha, pular corda, mamãe polenta, passa anel, etc.) O
brincar vai muito mais além do que simplesmente sentar e manusear jogos e
celulares. Ele pede participação, investimento cognitivo, mudança de
comportamento, cooperação e representatividade.
Em
tempos (ou não) de pandemia, em que as crianças precisam ficar dentro de casa,
é preciso promover o brincar para ajudá-las a desenvolver seu potencial
emocional, físico, motor, intelectual e criativo. Winnicott
(1975) diz que "a brincadeira é
universal e é própria da saúde: o brincar facilita o crescer, logo a
saúde". Por isso, promover brincadeiras é ajudar a promover a
saúde, não apenas para crianças, para o ser humano de um modo geral. Ao
brincar, as crianças não estão apenas explorando o ambiente à sua volta como
também a desenvolvendo a sua própria identidade.
E
como não é possível sair para brincar (devido a pandemia, chuvas, etc.) e o
celular precisa (eu espero) de um tempo para ficar na mão da criança, uma forma
é utilizar alguns materiais não convencionais que estão ao alcance de todos, e
promover uma oficina junto às crianças. Uma dica, é mostrar o modelo,
apresentar os materiais e deixá-las construir seus brinquedos, seus jogos.
Interfira somente se a criança solicitar ajuda, ou se para a construção for
necessário o manuseio de cola-quente ou objetos cortantes. Durante o processo,
converse, demonstre interesse sobre o que a criança está fazendo, como pensou
em fazer daquele jeito, por que usou tal material, etc.
Depois
de construir, convide-a para usar, o brinquedo/jogo, tirar fotos para postar
para os amigos, gravar vídeos do processo para incentivar outras crianças, etc.
Não esqueça de que é preciso lembrar a criança logo no início da atividade, que
depois de finalizar sua construção, deverá ajudar a organizar novamente o
espaço e guardar o material que sobrou de maneira adequada.
Vou
postar algumas imagens e links para inspirar!
Um
forte abraço!
Alexandre Muniz – Neuropsicólogo Clínico e
Psicopedagogohttps://youtu.be/dkQvniVnYIU
https://youtu.be/eVphBrbp-3s
Nenhum comentário:
Postar um comentário